segunda-feira, 20 de agosto de 2007

To live with myself and I

Pela mudança de mentalidades que se tem vindo a assistir de geração em geração, pelos novos valores que regem a actual sociedade e que tornam a questão da independência pessoal cada vez maior, por opção ou por qualquer outro motivo viável e aceitável, hoje assistimos a um fenómeno social (mais um …!) cada vez mais emergente – o de se viver sozinho(a) por opção, melhor dizendo, To Live with myself and I.

Sabe bem chegar a casa e ficarmos connosco próprios, é um facto. Sabe bem chegar a casa deixar os sapatos onde queremos, jantar quando nos apetece, relaxar na divisão da casa que maior prazer nos dá, fazer o que queremos e como queremos. Sabe bem dormir no sofá até de madrugada, sem que ninguém nos interrompa o sono e nos peça para dormir na cama. Sabe bem ouvir a música que queremos, à hora que queremos, ao sabor de um bom vinho e sem ter a preocupação de ficarmos “ mais alegres”. Sabe bem ter a noção e a certeza de que estamos bem connosco próprios, é verdade, mas que nem por isso nos iremos tornar um verdadeiro “bicho do mato” ou anti-social. É importante os “outros”, as pessoas como nós.

A independência pessoal surge precisamente quando sentimos que a conquista do nosso próprio espaço é, nada mais nada menos, do que um “pequeno ponto” de partida para um longo caminho de aprendizagem, de gestão de tempo, de organização de vida (a nossa vida). Sabe bem ter estes momentos, mas sabe bem também sabermos que é importante a presença dos “outros” nas nossas vidas: do telefonema dos pais logo pela manhã aos fins-de-semana, a visita da Amiga que quer “bater uma converseta”, do vizinho da frente que nos pede uma cebola para o refogado, enfim, de todas as pessoas que fazem parte da nossa vida.

Ontem falava sobre este assunto com um Amigo. Juntos e ao sabor de um chá de Jasmim comemorámos uma data - há 5 anos que tomei a opção de viver comigo mesma e para mim. É um acto de egoísmo? Certamente … e assumo. É um acto de crescimento? Sem dúvida … e sinto isso. É um acto de emancipação? Também … mas não só.

Gosto de estar comigo mesma, mas nunca deixarei de gostar com os outros, com todos os que me são mais queridos. Não me sinto um “peixe fora de água” por ter tomado esta opção, nunca! Afinal, há tantas pessoas que me rodeiam que tomaram esta atitude nas suas vidas. Hoje, e passados 5 anos, sinto que aprendi a gerir não só uma casa, mas sobretudo, tempo.

E vocês, que também pertencem a esta “nova classe social”, que dizem sobre o vivermos connosco e para nós próprios? Ass: CR

3 comentários:

Claudia Almeida disse...

Saaaaaaabe tão bem... e é mesmo como dizes... sem nos sentirmos como peixe fora de água... sabes que te digo? habituei-me de tal maneira a gerir o tempo só para mim, que tenho medo da próxima etapa que lá vem... tu sabes... vou ter de aprender novamente a compartilhar...eheheeh.... sem stress.... bjs amiga

SoFia disse...

Bem, ja tive as duas experiencias, sai de casa dos papás para continuar a morar acompanhada, sob duas formas diferentes contudo, e a mudança foi facil, simples e facilmente adaptada! Desde o ano passado contudo, moro sozinha! Foi diferente a adaptação, foi "estranha" de certa forma, mas soube bem e hoje, confesso, é viciante...é o meu espaço, o meu canto. Contudo acho facilmente mudaria se sentisse esse apelo (chamesmos-lhe assim). Porque para mim, que me sinto "independente e autonoma" desde cedo, semrpe tomei as minhas decisoes e assumi-as, é so uma questao de conseguir sentir que vale a pena partilhar, que vale a pena dividir! :-)

Veruska disse...

Aqui há uns anos atrás também passei por essa experiência.Soube bem e foi facil a adaptação e como tu também aprendi a gerir o meu tempo, trabalho, amigos etc.Passado algum tempo, achei que era altura de partilhar a vida com mais "alguém" de uma outra forma e lá tive novamente de adaptar-me a outra forma de viver que também gosto.A vida é assim uma constante mudança... o importante em qualquer situação é sentirmo-nos bem connosco.