Em conversa com uma amiga, sobre a vida e o tão vulgar tema das relaçoes fugazes dos nossos dias, resultou uma analise que decidi aqui partilhar: os relacionamentos desta decada estao a sofrer alteraçoes drasticas face ao que eram. Prova disso são os "500" livros da Margarida Rebelo Pinto e outras tantas
tias que retratam esta situação, tão bem, de forma tão semelhante e também ela fugaz, ligeira e real...
Não é preciso ser grande sociólogo para o perceber. Nem escritr ou poeta para sobre isto escrever.
- Os casais não se casam, juntam-se e vivem em união de facto mas não declarada
- Os casais que se casam separam-se pouco tempo depois e travam conflitos infindáveis de casas e partilhas
- Os casais que estão casados há mais tempo não se separam mas norma geral arranjam distracções e entreténs
- Os/As solteiros/as (ou separados de facto ou divorciados) procuram incessantemente algo que parece nunca encontram...
Como resultavam os casamentos do passado recente, dos tempos dos meus avós, dos meus pais?? Qual era ou ainda é o segredo??
A tolerância, o respeito e acima de tudo, não desistirem um do outro e assumirem que têm de ser felizes com aquela pessoa, assim, aprendiam a amar, aprendiam a lutar e a ficar do lado daquela pessoa que supostamente seria o companheiro/a para o resto da vida, na saude e na doença, na riqueza e na pobreza. O que interessava era que o "homem" amasse e cuidasse da "mulher", o amor da "mulher" nascia daí..." Esta seria a explicação da minha avó.
Da minha mãe seria algo tipo: "o tempo foi passando, vivimos para as 3 filhas, para que elas tivessem um bom futuro, e agora, agora ja somos velhos, a n/ vida já não interessa no sentido de alterar o que seja para sermos felizes, até porque somos, que pergunta...".
- Sinceramente, acho que o excesso de informação, de conhecimentos, de meios para conhecer pessoas tão diferentes como os que temos ao n/ alcance hoje leva-nos a exigir mais e a sermos mais dificeis de satisfazer...queremos sempre mais, pelo menos eu quero, e não nos satisfazemos com o pouco que alcançamos ou que nos dão...e mesmo quando nos dão muito, mais do que seria suposto, por vezes parece pouco.
- Sinceramente, acho que desaprendemos a lutar, a fazer frente a dificuldades
- Sinceramente acho que nos metemos demais na vida dos outros, vivemos a n/ vida pela dos outros e não fazemos o que queremos, o que desejamos e nos faz feliz
- Sinceramente, acho que nos esquecemos de olhar bem para quem está ao nosso lado e ver, ver mesmo, a pessoa que é, fisica e emocionalmente
- Esquecemo-nos que o tempo passa, que não temos eternamente 20 anos (graças a Deus).
E contra mim parece que falo, mas não, porque apesar disto tudo, que considero verdade, e que também eu esqueço, acredito que temos sempre de lutar para sermos e fazermos felizes os que nos rodeiam, para acordarmos bem, para amarmos e sermos amados, para desejarmos continuamente e para nunca deixarmos de sonhar...nao devemos enganarmo-nos nem aos outros nem resignarmo-nos...ou pelo menos devemos tentar não o fazer conscientmente!
Como será na geração da minha afilhada e sobrinha, quando tiverem a minha idade? Ja ninguém se casa nem junta, vivem todos numa grande comunidade estilo "flower power"... não sei mas a ver por estas evoluções na n/ sociedade, e a este ritmo...
Sinceramente, espero que saibam ser sinceras consigo próprias e saibam ser e fazer os outros felizes!