segunda-feira, 18 de agosto de 2008

So estou bem com quem eu nao estou...

Em conversa com uma amiga, sobre a vida e o tão vulgar tema das relaçoes fugazes dos nossos dias, resultou uma analise que decidi aqui partilhar: os relacionamentos desta decada estao a sofrer alteraçoes drasticas face ao que eram. Prova disso são os "500" livros da Margarida Rebelo Pinto e outras tantas tias que retratam esta situação, tão bem, de forma tão semelhante e também ela fugaz, ligeira e real...

Não é preciso ser grande sociólogo para o perceber. Nem escritr ou poeta para sobre isto escrever.

- Os casais não se casam, juntam-se e vivem em união de facto mas não declarada
- Os casais que se casam separam-se pouco tempo depois e travam conflitos infindáveis de casas e partilhas
- Os casais que estão casados há mais tempo não se separam mas norma geral arranjam distracções e entreténs
- Os/As solteiros/as (ou separados de facto ou divorciados) procuram incessantemente algo que parece nunca encontram...

Como resultavam os casamentos do passado recente, dos tempos dos meus avós, dos meus pais?? Qual era ou ainda é o segredo??

A tolerância, o respeito e acima de tudo, não desistirem um do outro e assumirem que têm de ser felizes com aquela pessoa, assim, aprendiam a amar, aprendiam a lutar e a ficar do lado daquela pessoa que supostamente seria o companheiro/a para o resto da vida, na saude e na doença, na riqueza e na pobreza. O que interessava era que o "homem" amasse e cuidasse da "mulher", o amor da "mulher" nascia daí..." Esta seria a explicação da minha avó.

Da minha mãe seria algo tipo: "o tempo foi passando, vivimos para as 3 filhas, para que elas tivessem um bom futuro, e agora, agora ja somos velhos, a n/ vida já não interessa no sentido de alterar o que seja para sermos felizes, até porque somos, que pergunta...".

- Sinceramente, acho que o excesso de informação, de conhecimentos, de meios para conhecer pessoas tão diferentes como os que temos ao n/ alcance hoje leva-nos a exigir mais e a sermos mais dificeis de satisfazer...queremos sempre mais, pelo menos eu quero, e não nos satisfazemos com o pouco que alcançamos ou que nos dão...e mesmo quando nos dão muito, mais do que seria suposto, por vezes parece pouco.
- Sinceramente, acho que desaprendemos a lutar, a fazer frente a dificuldades
- Sinceramente acho que nos metemos demais na vida dos outros, vivemos a n/ vida pela dos outros e não fazemos o que queremos, o que desejamos e nos faz feliz
- Sinceramente, acho que nos esquecemos de olhar bem para quem está ao nosso lado e ver, ver mesmo, a pessoa que é, fisica e emocionalmente
- Esquecemo-nos que o tempo passa, que não temos eternamente 20 anos (graças a Deus).

E contra mim parece que falo, mas não, porque apesar disto tudo, que considero verdade, e que também eu esqueço, acredito que temos sempre de lutar para sermos e fazermos felizes os que nos rodeiam, para acordarmos bem, para amarmos e sermos amados, para desejarmos continuamente e para nunca deixarmos de sonhar...nao devemos enganarmo-nos nem aos outros nem resignarmo-nos...ou pelo menos devemos tentar não o fazer conscientmente!

Como será na geração da minha afilhada e sobrinha, quando tiverem a minha idade? Ja ninguém se casa nem junta, vivem todos numa grande comunidade estilo "flower power"... não sei mas a ver por estas evoluções na n/ sociedade, e a este ritmo...

Sinceramente, espero que saibam ser sinceras consigo próprias e saibam ser e fazer os outros felizes!

3 comentários:

Hugo Martins disse...

O que é facto é que a nossa geração, fins dos anos 60 e anos 70, não tem o que a geração anterior tinha. Paciência e "flexibilidade" para se ajustar à outra pessoa, hoje em dia é mais fácil mandar tudo para as urtigas do que tentar resolver os problemas.
A nova geração é muito mais "IN", ah e tal vamos dar um tempo durante as férias e podemos curtir com quem quisermos, ora ai está um conceito muito "à frente", apesar de estar 100% em desacordo com ele.

Amigos(as) e cromos(as) em geral, se não podem vencer, juntem-se a eles, Divorciem-se.

heheheh

Veruska disse...

Hoje em dia assiste-se cada vez mais à incerteza a todos os níveis... estamos num Mundo de completa mudança todos os dias. Perante esta falta de "norte" ou rumo e todas as dificuldades que se nos deparam ou mais fácil, é fugir delas e quem não é assim, não se sente bem, porque apesar de ter alguns objectivos ou metas de vida, sente dificuldade em atingi-las.
O melhor é viver cada dia de uma vez e aprender a viver nesta noa Era.

Nuno disse...

Todos nós somos uma complexa soma de necessidades, vontades, desejos, realizações, e no fim encontramo-nos nada mais do que insaciados. Lá está, o grande dogma de que o ser humano revela-se como a criatura sempre a querer mais...queremos quando não temos, queremos tarde, ou simplesmente queremos. Hoje em dia as pessoas t~em de certa forma, pôr os pés na terra e por aí encontrarem verdades absolutas do que seguirem-se por "Trend's"...vemos séries como Mulheres Desesperadas, Sexo e a Cidade, por aí, maneiras de viver Trendy's de aclamar o menos próprio em rotinas sociais.
mas chegamos ao fim e pensamos perante os nossos botões, será por este caminho que quero? Será que existe sempre algo que valha a pena? As gerações do Carlos Paião, António Variações, Grupo de Baile, Verão Azul e o Homem Electrónico, estão a ser esfumadas. Valores estão a ser sonegados, substituídos por outros de serem recentes, diferentes e de choque. Hoje é um choque ver amigos a casarem-se, pois o casamento como instituição pode assustar (e assustava!...)...mas...ao fim e ao cabo gostamos mesmo é de ter alguém "ali" que nos faça uma canjinha quando estamos engripados, que do nada nos faça levantar de cama, enfim tantas outras coisas, que no fim da soma é um amor construído, ou melhor descoberto e encontrado...Hoje torna-se difícil ver e reconhecer nas pessoas a capacidade de compromisso, nem em todas, mas na maior parte!
Hoje de salutar e da mais clarividente sensação e objectividade, tenho a sorte de ter noções diferentes de por exemplo há um ano atrás!

Resumindo e baralhando, às vezes "atrasamo-nos" nas escolhas, mas sabemos que pela tradição e reciprocidade das situações vividas, as acabamos por tomar. E daí sim, dizer que é uma aposta ganha!

...poderia-me alongar anos a discutir no que conseguimos mudar e adaptar...mas estou em crer que felizmente ainda temos a tendência de "quando fôr grande quero casar e ter filhos"...

Um grande bem-hajas!