Mais do que uma ideia estabelecida, é uma certeza – há sempre uma primeira vez para tudo na vida! Ora o que se pretende com este tema não é trazer para o Sophies and CO a nossa vida “mais que privada” ou aquela que se denomina de “intimidade”, mas sim, um momento, um episódio, uma fase que nos marcou na sua “primeira vez”.Escolhi, para este efeito, a primeira vez que fui para a escola primária ;-).
Foi, de facto, marcante. Hoje passados 30 anos (não era para dizer, mas faz parte do factor tempo) ainda me lembro daquela tarde de Outono bem quente e do vestido “manga de balão” azul turquesa com um cinto em forma de “laçarote gigantesco”, que a minha Mãe me obrigou a vestir naquele importante dia. E foi, realmente, um dia importante na minha vida, não pelo vestido que era horrível, mas pelo momento de iniciação a uma nova realidade – a escola.
Na sala de aula, a professora Vicência, na altura muito jovem ainda, vestia um bibe branco e azul aos quadradinhos. Recebia todos os meninos com um sorriso simpático e de forma muito acolhedora mas, mesmo assim, houve quem chorasse e fizesse a sua maior birra de desespero em ficar ali sem a companhia da Mãe ou da Avó.
Eu, habituada sempre a estar com os de casa, caladinha mas muito sorrateira, quis ficar sem a minha Mãe, claro! Ao meu lado sentou-se uma menina que, ainda hoje, faz parte do meu ciclo restrito de “Bons Amigos”! Começamos a conversar de forma muito banal, perguntando “como te chamas?”, “quantos anos tens?”, “onde moras?”, e por aí adiante … foi muito importante aquele dia e aquela tarde para mim que convivia com um círculo de pessoas muito restrito – a família e os vizinhos.
Lembro-me que fiz um desenho, pintei-o com lápis de cera e que vim muito feliz para casa para mostrar a todos o que de tão colorido havia feito. Os meus pais e os meus avós maternos adoraram … menos o meu irmão que, 5 anos mais velho, disse com toda a sua franqueza: “Que bela porcaria Carla, eu faço muito melhor!”. Foi um comentário sincero, eu sei, de irmão mais velho …
O desenho era, nada mais nada menos, do que a minha casa vista de fora e por mim, com um grande pinheiro no jardim que sempre vi desde que nasci. Um desenho simples, o meu primeiro desenho na escola! Esta foi uma das “primeiras vezes” que nunca irei esquecer na vida ;-)) … espero agora, e depois dos 30, continuar a viver “primeiras vezes” a outros níveis, é sinal que estou viva e de que a vida não é feita para respirar apenas, mas sim, para com ela viver momentos que nos cortem a respiração.
Carla Rodrigues
3 comentários:
olá
Gostei muito de ler sobre o teu primeiro dia de escola, pois olhando para trás, o meu não foi nada de especial.Os nervos eram mais que muitos, pois o meu inglês não era lá grande coisa.. até chamava daddy ao vizinho pois era assim que os filhos o tratavam e eu achava que era o nome dele. Lá fui eu com a minha nova farda,andei 14 anos com ela, e como não entendia muito o que dizia a professora não foram muito felizes esses primeiros dias.Alias até foram acrescidos de uma valente réguada com a quina da mesma nos dedos,pois aqui esta inteligência rara não escreveu na linha que a professora queria . foi a maneira dorida de apreender a falar bem o inglês. Tirando este triste dia acho que que posso dizer que sempre gostei da escola, foi ai que tive um professor que me ensinou o prazer da leitura que guardo até hoje é verdade Mr.Pinar de seu nome foi o homem que me pegou o "vicio" da leitura. Isto tudo para dizer força em frente eu estou por aqui para ler mais coisas giras. Bjs Rosa
A 1ª vez...podia escrever um pouco sobre uma das minhas várias experiências de "Primeiras Vezes" mas ja que sao tantas, que, para ser original e fazer algo diferente em resposta ao desafio da Carla, vou antes enunciar três das mais significativas. Vamos lá então: a primeira vez que...
...senti um "frio na barriga" foi no meu primeiro dia de aulas, na primária. Confesso que foi mais uma sensação de medo, de ficar sozinha e de não conhecer ninguém. Mas nunca mais me esqueci da sensação e sim, foi a primeira vez que a tive!
...gostei dum rapaz, estava eu na preparatória e gostei dele anos e anos seguidos (quase uma década diria). Foi um daqueles amores platónicos que nem às paredes se confessa. Ainda hoje não digo a ninguém o nome, não porque seja conhecido, mas porque sempre o mantive em segredo e agora...para quê dizer :-)
...que senti orgulho "profissional", foi quando no final do estágio no INE, quando recebi um "louvor" da Administração, sob a recomendação do meu orientador de estágio. Senti-me muito bem, orgulhosa,quase inchada diria ;-)
...tomei banho na praia, à noite, foi com as minhas primas e uma grande amiga, numa quente noite de Verão, em que saimos de uma discoteca em Lisboa e fomos até Cascais, mergulhar numa agua que estava muito boa, calma, e deserta, e soube muuuuuito bem...hum...tão bem que fico-me mesmo por aqui! E voces? Não querem falar das vossas primeiras vezes? ;-)
Querida Carla,
Passei aqui através do Alexandre do blog Fundamentalidades, gostei! Achei apaixonante a forma como descreveste o primeiro dia de aulas. O primeiro dia na escola primária é sempre importante. Estamos a crescer, vamos crescer! Sabem? Eu tambem me lembro muito bem da minha "primeira vez" na escola primaria. Eu tenho 14 anos, por isso nao foi assim há tanto tempo! Lembro-me que me sentei perto de uma menina com os olhos "achinezados". Não falei muito com ela, em vez disso, olhava atentamente para todas as coisas da sala. Os desenhos no placar, o armário, os novos colegas e a professora. Chamava-se Sandra e tinha um sorriso simpático. Apresentou-se e conversou connosco. Lembro-me que nos distribui um papel com o material que tinhamos que ter. Nesse dia levei também um desenho para casa. Mas já não era novidade..No infantário era hábito. Cheguei a casa e "desbobinei" tudo o que vira, tudo o que se passara, tudo o que pensara! Fiz questão de contar a toda a gente. Ao pai, à mãe, ao mano, aos vizinhos, à senhora do talho..Eu tinha entrado para a escola primária! E estava feliz e ansiosa, tinha subido mais um degrau na minha vida (:
Beijinhos e boa sorte para o blog!
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